Após
a publicação do CREMERJ, na qual proibe a partcipação do médico obstetra nos
partos domiciliares e a presença de doulas nos hospitais, o parto, passou a ser
a noticia do momento, onde os meios de comunicação se pronunciam e dão sua
opinião a respeito do fato.
O
parto industrializado foi implantado nos EUA, no inicio do século passado, onde os
médicos passaram a ter controle do processo do parto e o trabalho das parteira
minguavam, onde a classe médica alegava a falta de conhecimento cientifico a
respeito do trabalho de parto pelas parteiras, e que este fato comprometia a assistencia
prestada naquele momento. Mas, na verdade a questão era econômica, pois as
parteiras limitavam os atendimentos médicos e assim, seu lucro.
A
partir deste momento, o parto começou a ser visto como um processo patologico,
e assim, iniciou-se todas as intervenções que conhecemos, o forceps, a
anestesia, a episiotomia, a cesariana, a ocitocina, os protocolos, e assim o
médico passou a ser o ator principal do trabalho de parto, e pior, fizeram com
que as mulheres acreditassem que não poderia mais terem filhos naturalmente,
que as intervenções eram necessarias e muito melhor para ela e para o seu
filho.
E
hoje, a sociedade vive as consequencias, de tudo isso, pois existem estudos na
area da pscicologia que relacionam comportamentos e doenças de um adulto com o
que aconteceu com ele quando estava no ventre da sua mãe, no momento do parto e
no primeiro ano de vida.
Se
pegarmos apenas os estudos que estão relacionados com o parto, estes demostram
que a forma com que nascemos esta relacionada com a nossa capacidade de amar,
sendo assim, as pessoas que passaram por
intervenções durante o parto demostra uma deficiencia na capacidade de amar, e
esta deficiencia leva a violência, ao suicidio, drogadição e ao autismo.
Quando
você conversa com uma mulher que decidiu ter seu filho em casa ou escolheu uma
doula para acompanha-la ao hospital, sua justificativa é “no
hospital, tudo é frio, o ambiente, as pessoas”.
Esta
frieza que a mulher refere, que não sabe explicar direito é a violencia gerada
no momento do parto.
Estudos
demostram que países com o maiores índices de cesarias é também os que tem maiores
indices de violência e criminalidade. E isso vale para o Brasil, que é o
campeão mundial em numeros de cesarias.
Isso,
se explica pelo fato de a classe médica ser quase exclusivamente formada por
homens, e estes liberam testosterona, então tendem a ser mais agressivos e
dominadores devido ao hormônio que produzem. Indo contra todas, as leis naturais do trabalho do parto.
Sendo
assim, é preciso que a medicina se limite ao tratamento de situações
patologicas ou anormais e não tentar dominar os processos fisiologicos dos
seres humanos, como o parto.
Mas,
só isso não é o suficiente. É preciso que a parteira ou como é vista hoje, a enfermeira obstétrica, seja percebida em primeiro lugar como uma figura materna, se teve
seus filhos de forma natural sem intervenções e que esta mulheres não sejam
treinadas para satisfazerem os seus desejos, mas as necessidades de cada
parturiente, como acontece com as parteiras tradicionais. Para que, o conhecimento, gravado em seu
corpo e sua alma inspire e fortaleça a mulher em trabalho de parto.
Então
esta discução nos leva a algo muito mais amplo do que a proibição do médico e
da doula, e sim, a reestruturação da forma como o trabalho de parto é realizado. Para que, a mulher volte a ser a artista
principal deste momento, e assim, tome posse de todo o seu poder e força, e se torne forte e preparada para a experiencia
da reeducação de uma nova vida.
É
preciso que “ as mulheres reencontrem esta coragem e fortaleçam-se no que lhes
cabe, sem assumir posturas indesejaveis, baseadas no que esta estabelecido pelo
inconsciente coletivo, e assim, construir uma geração de grandes homens e
verdadeiras guerreiras" (trecho extraido do livro Mulheres: Mães e
reeducadoras dos filhos de Horus, pag. 56 – Parto normal e amamentação), através de um parto natural.
Para
finalizar deixo o video de um parto, extraido do documentario "As parteiras do Amazonas" da NatGeo, que para mim é magico e compreende todo o
resgate necessário do trabalho de parto.
Leituras
recomendadas:
O campones e a parteira. Michel Odent
Mulheres: Mães e reeducadoras dos filhos de Horus. Juliana Costa de Souza. Parto Normal e Amamentação – pag. 55 e 56.