Em época de pré conferência, que
tem como tema “Drogas: da dependência a liberdade consciênte”. Por que não
falar do uso destas substâncias durante a gestação?
Tudo começa no pré natal, na
primeira consulta onde tudo é inquerido, perguntado para que a
assistência prestada naquele período seja equânime e individual. Então, como não poderia deixar de ser, a gestante é
questionada sobre o uso de drogas licitas e ilícitas.
E para a resposta ser verdadeira, depende do tipo de vínculo que o profissional conseguiu realizar com a nova
mãe, pois, o medo, o preconceito, a insegurança levam muitas mulheres a omitirem a sua realidade.
É logico que um profissional de
saúde habilidoso desconfia, mas é preciso
a confirmação, para que o atendimento seja realizado de forma eficaz.
Então, depois de algumas consultas
o vínculo se cria, a gestante confia no profissional que a assiste e começa a
relatar sua vida como ela realmente é.
Dentre as drogas lícitas, o
tabagismo é o mais comentado, pois a gestante faz uso diário e muitas vezes contínuos. Por mais que queira e saiba a importância da necessidade de parar
de fumar, a gravidez, muitas vezes, traz ansiedade, medo e outros inúmeros
sentimentos que levam a mulher a fazer uso do cigarro para relaxar e
continuar “tocando” a vida.
Isso também, vale para as drogas
ilícitas (maconha, cocaína, crack ...), que causam danos devastadores, mas que
apesar da consciência da necessidade de ter que parar de consumir, ela não
consegue, pois seus corpos físico, emocional, mental e espiritual, já estão
dependentes daquela substancia e de seus efeitos, que, entre muitas sensações, causam e levam à fuga de si mesma, pois a grávida sabe o mal
que está causando não apenas para ela, mas para o filho que carrega no ventre.
E isto é tão forte, que a leva para um círculo ainda mais vicioso: para fugir do mal que causou para seu
filho, acaba utilizado a droga novamente e este ato pode levar à morte de um ou
de ambos.
Mas, hoje, vou falar do álcool. Presente em todos os lares, festas, baladas, comemorações, parece que
sempre que as pessoas se reúnem precisam da bebida alcoólica, para
brindar como se o álcool fosse o componente que liga ou interliga as pessoas.
Este fato tornou seu uso tão banal que faz passar despercebido na maioria das consultas de pré natal. A própria mulher não acha importante comentar, pois acredita
que apenas uma dose não fará mal.
Mas quais os reais efeitos do
álcool no corpo humano? Na mulher? Na gravidez?
O efeito no corpo humano depende
da quantidade consumida. Passa-se de um estado de alegria, com 1 ou 2
doses, para o coma alcoólico e a morte, se ultrapassar 15 doses.
E a dose varia de acordo com o tipo de bebida
que se esta consumindo. Ingerindo 350ml de cerveja, você terá 0,02% de álcool circulando em seu organismo. Mas se você consumir a mesma quantidade em ml de
destilado, terá 0,14%, que provoca o mesmo efeito de uma anestesia cirúrgica.
Vale lembrar que o estado
emocional em que a pessoa se encontra também influencia no efeito do álcool, então, se você estiver triste, seu efeito é
potencializado.
Você já deve ter ouvido falar
que a mulher é mais susceptiva aos efeitos do álcool que o homem! E é verdade, pois o corpo feminino tem uma quantidade maior de gordura e esta não retem água. Então, o corpo não tem água suficiente para diluir a
quantidade de álcool ingerida, tornando a quantidade circulante mais alta, o que deixa a mulher bêbada mais rápido.
Se a mulher estiver grávida os
efeitos do álcool no corpo são ainda mais potencializados, pois a progesterona, hormônio que atua no preparo do útero para receber o embrião, é também o
hormônio que deixa a mulher mais resistente aos seus efeitos, pois a progesterona também é responsável pela retenção de líquido. E a mulher estando no período gestacional produz uma quantidade muito baixa
de progesterona, então, o álcool circulante no organismo de uma gravida é maior e assim passa para o
feto, com muito mais facilidade, ainda que a placenta filtre.
Como o embrião possui sua massa copórea muito pequena, a pouca quantidade de alcool que ultrapassa a placenta, já é suficiente, para interferir em todo o seu processo de formação e desenvolvimento, o que é chamado de síndrome alcoólica fetal.
Como o embrião possui sua massa copórea muito pequena, a pouca quantidade de alcool que ultrapassa a placenta, já é suficiente, para interferir em todo o seu processo de formação e desenvolvimento, o que é chamado de síndrome alcoólica fetal.
Assim como em outras síndromes,
a síndrome alcoólica fetal possui um conjunto de sinais e sintomas como: retardo no crescimento, alterações nos
traços faciais que se tornam menos evidentes com o passar do tempo, alterações
intelectuais, em especial deficit de aprendizado, memória, atenção e socialização.
Isso ocorre porque, o álcool age principalmente no cérebro da criança e interfere no processo de maturação neuronal, na migração das células de mielização,
na adesão celular, captação de calcio intra celular, alteração da membranas
celulares e na produção dos fatores que regulam o crescimento.
Assim como o cigarro e as drogas
ilícitas, o álcool também traz o relaxamento e a fuga da realidade para o qual
se vive. Isso não quer dizer que estas pessoas são fracas, mas apenas sensíveis às situações ou pessoas que a mãe natureza conduz para a sua vida.
Então, parar de ingerir bebida alcólica na gestação é imprencidivel para que o bebê tenha uma saúde física, emocional e mental plena. Mas se você acredita ser dificil está pratica, este texto visa, "atingir o campo racional,
com exposição dos fatos e das consequências de suas atitudes, não importando os
efeitos físicos, químicos e há quanto tempo o organismo esteja processando este
torpor, se houver um momento de lucidez, um respiro de alma, é possivel
sair, ainda que haja sequelas. Pois, é uma chance de resgate". (trecho extraído e adaptado do livro: Drogas: da dependência a liberdade
consciente).
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