Em uma semana que foi marcada pelo julgamento de Elisa Samudio,
mais uma vitima da violência contra a mulher, onde muito mais do que a
condenação de seus agressores, espera-se que finalmente que esta pratica cesse.
A violência contra a mulher que esta presente desde
a época da inquisição, onde milhares de mulheres inocentes foram
torturadas e mortas simplesmente por acreditarem ou terem uma postura diferente
da estabelecida pela sociedade da época.
Mesmo após, centenas de anos, milhares de mulheres ainda sofrem
maus tratos e torturas físicas e emocionais em seus lares, locais de
trabalho, escola, rua, ou seja, em qualquer local e pior estas agressões muitas
vezes são realizadas por pessoas que deveriam as amparar, assistir, proteger ou
auxiliar.
Este ato também ocorre em unidades de saúde, sejam eles
hospitais, postos de saúde, ambulatórios, etc, por
profissionais que foram ou deveriam ter sido educados e treinados, a no mínimo
respeitar o próximo. Mas, o desrespeito a outro ser humano nos
serviços de saúde, esta presente em todos os seus cantos, o que não excluiria
maternidades e centros obstétricos, unidades que para muitas
pessoas são doces e meigas como um recém-nascido, mas que escondem
agressões algumas vezes sutis, outras nem tanto, que marcam a vida de uma
mulher e de seu filho para sempre.
As agressões omitidas e escondidas, que deveriam envergonhar
os profissionais que atuam na área da obstetrícia, porque
eu me sinto envergonha, mas também muito ofendida, afinal antes de
ser enfermeira obstétrica sou mulher, foram relatados em
um vídeo realizado de forma voluntária e espontânea por:
Bianca Zorzan, Ligia Moreira Sena, Ana Carolina Arruda Frazon, Kalu Brum e
Armando Rapchan devido ao Dia Internacional pela Eliminação
da Violência Contra a Mulher.
Violência Obstétrica - A voz das brasileiras
Ao assistir o vídeo me senti emocionada, porque diante
de um momento onde a mulher encontra-se tão vulnerável atitudes e
procedimentos que são vistos e executados por profissionais de saúde como
"protocolos", visam unicamente agredir, humilhar e violar, não apenas
leis, mas a relação entre mãe e filho, o corpo e a alma de uma mulher.
Não podemos esquecer a violação dos sentimentos de um novo ser
humano que naquele momento ainda não pode se defender, o bebê. Segundo Michel
Odent, no livro O Camponês e a parteira, a violência gerada no momento do parto
seja ela física ou emocional, traz marca neste novo ser humano que
irá se manifestar na fase adulta, onde ao "examinar as consequências a longo
prazo da forma pela qual nascemos significa penetrar no campo da sociabilidade,
da agressividade, ou, para colocar de outra maneira, da capacidade de
amar.”.
Por isso, esta moda de parto humanizado ou parto domiciliar, não é
"maluquice, bobagem e nem retrocesso para o primitivismo" e sim um resgate a valorização da vida e do poder feminino,
que apenas um parto natural é capaz de despertar, afinal como disseram as feministas da
década de 70 "NOSSO CORPO NOS PERTENCE".
Leituras recomendadas:
Violência Obstétrica - A voz das brasileiras
Resgate do trabalho de parto
Parto: Um ritual de inter-relação com o mundo espiritual
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